SÉRIE ACESSIBILIDADE INFORMA

PENSANDO EM COMUNICAÇÃO E ACESSIBILIDADE

ACOLHIMENTO NAS REDES SOCIAIS

Coordenado por: Fernanda Grazielle

Texto de: Rose Lane Gadelha

Descrição: Christina Geórgia Fernandes dos Santos

Interpretes: Lorraine Mayer Germano

Revisor: Jacinelma Melo Santos Machado

Consultor: Ana Paula da Cunha Ribeiro

As atividades remotas despertaram novos olhares para os conceitos dos recursos das redes sociais, visto que essas redes não só foram agregadas a técnicas metodológicas de ensino e aprendizado, como também desempenharam um papel muito importante no acolhimento. Nesse sentido, faz-se necessária a reflexão de quem pensa e respeita as diferenças sobre as formas como estão sendo estabelecidos esses diálogos.

Em muitos momentos, estamos em grupos formados por diversidades funcionais, nos quais, muitas vezes, temos a consciência da presença no grupo de indivíduos que são deficientes auditivos ou mesmo visuais. No entanto, devido a vícios sociais, se é que se pode-se dizer assim, não respeitamos essas diferenças na forma de comunicação.

É preciso levar em consideração que, por exemplo, os indivíduos com deficiência auditiva e visual, muitas vezes, usam recursos ou aplicativos que não decodificam vícios de linguagem como digitar KKKK quando queremos demonstrar que estamos rindo ou, ainda, quando usamos o @ no lugar de uma vogal. Isso exerce um impacto sobre a integração e a comunicação das e com as pessoas com deficiência.

Tal análise se faz relevante também porque provoca reflexões sobre a comunicação em redes sociais. Quando usamos WhatsApp, quando enviamos um vídeo sem a audiodescrição, sem legenda ou sem intérprete ou quando gravamos uma mensagem para o grupo sem a descrição escrita, não respeitamos as diversidades funcionais que podem estar ou estão presentes no grupo.

O respeito às funcionalidades de todos nos meios de comunicação somente será exercido quando essas reflexões deixarem de ser só reflexões e forem incorporadas nas atitudes. No lugar de pensar em questões patológicas, é necessário pensar em questões funcionais, uma vez que, independentemente de questões patológicas, todos vão perceber, codificar, decodificar, construir e armazenar as informações de formas diferentes.

Não podemos esquecer que hoje o WhatsApp e outros aplicativos de redes socias se tornaram também tecnologia de acolhimento em pandemia. As regras que valiam nas redes sociais de trabalho, como ser objetivo, evitar cumprimentos como bom dia e boa tarde, mensagens engraçadas ou ainda sem referência ao assunto de trabalho, caíram por terra. Os cumprimentos de bom dia e boa tarde passaram a indicar início e fim do expediente e as mensagens com dizeres, entre outras, passaram a ser instrumento de acolhimento de um povo sofrido por uma situação de quarentena e pandemia.